sábado, 23 de julho de 2016

A desigualdade étnica no ensino superior


Escravidão. Preconceito. Cotas. Esses são os reflexos da desigualdade étnica que impera no país. Tal divergência, no entanto, também está presente no campo educacional. Isso decorre dos fatores históricos e culturais da nação e medidas governamentais foram necessárias para minimizar a situação.

A abolição da escravatura no ano de 1888 ilegalizou uma prática desumana cultivada durante séculos no país. Tal ação, contudo, contribuiu para expandir a disparidade social entre brancos e negros. Com a necessidade de contratar mão de obra assalariada, muitos patrões preferiram empregar estrangeiros com o objetivo de cooperar com a política de embranquecimento da população brasileira. Isso permitiu a exclusão e marginalização dos afrodescendentes, algo que originou as atuais diferenças sociais que dificultam o seu acesso à oportunidades de melhoria de vida.


A implementação da Lei de Cotas pelo Governo Federal foi a providência tomada a fim de reverter um quadro civil enraizado há décadas no país. Essa medida, todavia, sofre com a desaprovação de parte da sociedade. Tal parcela da população "justifica" sua indignação ao declarar que as cotas não são necessárias, uma vez que "não existe desproporção no grupo cívico brasileiro". No entanto, tal explicação contribui para a perpetuação dessa disparidade social, visto que ela, segundo o pesquisador André Lázaro, mostra que a negação, e não a ação, é o modo como a sociedade enfrenta o racismo. Isso corrobora o caráter irregular do acesso à academia. 

A distinção de etnias na educação universitária provém de condições históricas e culturais. Logo, é preciso que ONG's, através de campanhas nas comunidades e nas escolas, conscientizem os cidadãos a respeito da desigualdade étnica existente e da necessidade das cotas raciais. Isso possibilitará a redução dessa desproporção social.